quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ministro adia exame e Polícia Federal vai apurar o vazamento


As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcadas para sábado, 3, e domingo, 4, foram adiadas pelo Ministério da Educação. O motivo, segundo o ministro Fernando Haddad, foi o vazamento das provas ocorrido na noite de quarta-feira, 30 de setembro, em São Paulo.
Em entrevista coletiva no início da tarde desta quinta-feira, dia 1º, em Brasília, Haddad comunicou o adiamento do Enem e as duas primeiras providências que tomou — pediu ao superintendente da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, a abertura de inquérito para apurar o vazamento das provas e convocou o consórcio Consultec, vencedor da licitação para todas as etapas de realização do Enem, para uma reunião de emergência, ainda na tarde desta quinta-feira, no Ministério da Educação.
Aos mais de 4,1 milhões de estudantes inscritos no Enem, este ano, o ministro assegurou que as provas serão realizadas em novembro, no prazo de 45 dias, aproximadamente. A previsão de Haddad é que a nova data seja anunciada na próxima semana.
Vazamento — No encontro com a imprensa, Haddad relatou como tomou conhecimento do vazamento das provas. No fim da noite de quarta-feira, 30 de setembro, a jornalista Renata Cafardo, do jornal O Estado de S. Paulo, em ligação para o ministro, informou que o jornal fora procurado por duas pessoas que queriam vender a prova impressa.
Segundo Haddad, a jornalista disse que o jornal rejeitara a oferta, mas que ela conseguira manusear o material e fixar alguns componentes gráficos que foram repassados ao ministro para conferir a veracidade. A figura da Mafalda — personagem de história em quadrinhos que figuraria na prova de língua portuguesa — e a Bandeira do Brasil estavam entre os componentes informados pela jornalista.
Com os dados, Haddad pediu ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pela elaboração das provas, a abertura do cofre de segurança para avaliar a veracidade dos elementos. À 1h desta quinta-feira, dia 1º, o Inep confirmou que os componentes em questão eram verdadeiros. De posse da informação do instituto, Haddad decidiu adiar as provas e excluir todas as questões que fizeram parte das duas avaliações. Os itens do exame que vazaram servirão, agora, segundo Haddad, para um simulado.
Ao mesmo tempo em que a Polícia Federal vai investigar o caso, o Ministério da Educação elaborará as novas provas, que devem ser aplicadas em novembro. O ministro salientou que os inscritos no Enem serão devidamente comunicados sobre a nova data e todas as mudanças a serem feitas.

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